/magali/ - Magalichan III

Nunca tive nada vezes nada multiplicado por nada com ninguém, mas também não o teria se antes no meu coração não houvesse toda convicção açambarcadora que o meu ser anseia e vislumbra diante de vir a ter com a minha alma gêmea. Tudo o que se faz por ego é futilidade; pro impulsos primários e vaidade, não está aí a santidade.

Esse questionamento é normal e saudável. Não existe uma linha que separa até onde estamos com alguém por "amor" ou por satisfação própria. Definir amor por si só é impossível, uma vez que é um sentimento muito pessoal, que não acontece da mesma forma ou na mesma intensidade para todas as pessoas.

De forma igual racionalizar essas questões é um dispêndio enorme de energia e tempo, colocar questões pessoais como se fossem absolutas, como fez a >>16975 é apenas masturbação teórica. Geralmente as pessoas que levantam essas bandeiras dos amores santos e puros são as primeiras a embarcar em relações vazias quando é dada a oportunidade, uma vez que são pessoas que não possuem relacionamerda algum e desejam deixar a solitude mais que tudo. Como sempre, raposa e uvas.

>>16990

Talvez você não a ame tanto assim. Eu terminaria e seguiria com a minha vida.

>>16982

Entendo seu ponto. Estava pensativa sobre isso porque terminei um namoro longo no começo do ano e recentemente comecei a me questionar quanto a isso.

Em dado momento percebi que, como passei grande parte da vida sem me conectar com pessoas num geral e sentindo rejeição (mesmo que apenas na minha cabeça), talvez eu só me sentisse bem com ele pois tínhamos muitas coisas em comum e eu sentia confortável o suficiente para ser eu mesma. Fora que ele era muito bonito e estar com ele fazia eu me sentir melhor comigo mesma também.

Apesar disso não consigo, ainda, distinguir até onde iria o amor já que a relação dele com a família é muito complicada. Tenho um instinto maternal muito aflorado e tentava ajudá-lo ao máximo, desde dar colo para que chorasse em momentos de crise de ansiedade, até agradar a mãe dele, para que não o sobrecarregasse.

Vez ou outra penso que o real motivo do término seja provocado por problemas egoicos meus, como não poder controlar as atitudes dele que eu interpreto como tóxicas, como se manter em um emprego que o deixa infeliz e se sacrificar por uma família negligente com ele, mas que o meu dever como companheira deveria ser apoiá-lo e servir como refúgio apesar dos percalços da vida.

Ao mesmo tempo também penso que isso seria empobrecer meu ego para validar um relacionamerda que eu não consigo sustentar sozinha.

>>16982

O que você disse cai exatamente na futilidade, egoísmo vazio-circular dos impulsos básicos e retroalimentação da vaidade, coisas que eu sempre pautei-me em distâncias e repulsas. Então, o que você comentou é "masturbação teórica" da tua parte, como você criva, certo?

Tive dó que você tenha sido então umas dessas tais primeiras que tenha se apequenado ao embarcar em relações relâmpagas ocas de oportunismo vulgar, para mais do que tudo aplacar a tua chula solidão e miséria existencial; Bem como tive pena que você não tenha tido relaciona-mento algum sadio com os teus entes antes, com teu núcleo primordial/central, com a igreja, com a fé, bem como com teus problemas idiosincráticos perante a pureza, virgindade e virtude, tudo isso achei depressivo/depreciativo de você para você mesma, ainda embora que você seja auto-reflexiva, mas enfim, é o teu livre arbítrio usado e abusado em exuberância com toda carga de ônus, lamentações íntimas, contras, e auto-desprezo que você entoa em suas mesmas palavras projetadas na tela do pc. Rezarei por ti.

Como sempre, raposas em peles de cordeiras.

>>16992

Não há o que qualquer outra anã possa dizer para te ajudar que você já não tenha pensado antes como viés, você foi bem justa, profunda e consciente consigo mesma, concomitante a discrição do quadro-problema geral. Há luz e um uterino desejo de mudança, segurança, sustentação, melhora e de funcionamento da tua parte dentro desse quebra-cabeça que envolvem outros peões, quem pode te impedir?

Eu acho que você sim pode reparar e encaixar cada peça desse xadrez no seu devido lugar e posicionar-se como mais do que uma "jogadora", mas sim como a "cola" para essa construção.

Tuas questões são sábias, acho que você mesma tem dentro de si a resposta ou pelo menos o denominador mais resolutivo que iria ser o mais bem moldado ao que concilia tanto a bagagem que você trouxe tanto com os teus anseios como mulher compatíveis com a dinâmica e pessoa do rapaz aí, que está em um universo paralelo atado que não sabe conjugar-se e situar-se dada o passado dele, pelo o que você põe, que você menciona.

Talvez, até o fundamento dessa celeuma, no que confere ao que afeta seja por conta dos dramas dele, você já reparou nisso, pelo visto.

Quantos mais elementos você nos apresenta nesse carteado, mais podemos te retornar...

Não será que você, dentro do teu sexto sentido, sinta "rejeiçaõ" por que o tal rapaz está embaralhado seja no passado conturbado dele, seja no caos familiar que ainda talvez possa o cercar?

Você contemporiza favoravelmente pendendo à ele, isso é fofo de se ver. A harmonia que soa em tuas palavras, a candura do afeto, a verdade, a ternura quando você logo começa a falar dele pelo o que link ele a ti, tudo isso são detalhes que dizem mais e que perfazem um brocado bem anilado do todo. Você diz que ele te fazia sentir-se bem e melhor consigo mesma, e que na junção de vocês achava-se em ti mais originalidade e, sinceramente, até fé nele eu notei de ti, quando você fala dele.

> a relação dele com a família é muito complicada

Aí é que a vaca vai pro brejo, não é?

A relação e dinâmica dele com os dele, não é mais um terreno do casal...

Da tua parte, só paciência e ombro amigo. Não queira afastar ele dos dele.

>tentava ajudá-lo ao máximo

>desde dar colo para que chorasse em momentos de crise de ansiedade

>até agradar a mãe dele, para que não o sobrecarregasse

Pois bem, você o que lhe era cabido como mulher dele. Aonde mais você podia colabora-lo? Do que mais fazer pelo bem dele? Só você mesma é quem saberia.

>penso que o real motivo do término seja provocado por problemas egoicos meus

É producente que você mesma toque tuas feridas com franqueza e clareza...

>como não poder controlar as atitudes dele que eu interpreto como tóxicas

Cada pessoa é única. Ser possessiva, dominadora, controladora, mandona, etc e tal do pacote de insegurança e infantilidade, também podem ser interpretadas como algo tóxico, já parou pra reparar isso?

>se manter em um emprego que o deixa infeliz

Mas para ele pode compensar, seja lá por qual razão ou motivo. Não sei, de repente paga bem ao ponto dele se sentir-se retribuído. De repente pode haver uma escala de horário mais vantajoso para ele, benefícios e bonificações que compensem...etc.

>>16995

>se sacrificar por uma família negligente com ele

Autossacrifício é a forma mais clara, contundente e sintética de qualificar amor. Se ele faz isso, é por oblação dirigida, não é por nada ou a troco de nada. Quem se renuncia por amor a alguém costuma ser uma pessoa bem distinta, valiosa e especial de verdade, nobre por dentro.

>o meu dever como companheira deveria ser apoiá-lo e servir como refúgio apesar dos percalços da vida.

Sim, devia sim.

>penso que isso seria empobrecer meu ego para validar um relacionamerda que eu não consigo sustentar sozinha

Muito da vida é dinâmico, ainda mais emprego e circunstâncias externas, atenuantes ou não - como é no caso, então se esse paradigma mudasse para um quadro mais gentil e jovial para o casal, você ainda veria chance e um futuro junto com ele?

No relacionamerda, ele, o bem estar, satisfação, paz e felicidade dele, não deveria ser o que te importa? Não é isso na via de mão dupla que importam para ele? Meu palpite seria que sim...

>eu não consigo sustentar sozinha

Quem sustenta são os dois, o relacionamerda é feito de dois. Dois como um, sendo um. Se um não quer, dois não fazem dar certo e funcionar.

Mas há terrenos no casal, que são só terras tuas, da outra parte terras que são só dele, e há terras que são combinadas e associadas entre ambos. Não me soou bem você se intrometer na pessoalidade familiar dele com a mãe dele. Tem que ter muito tato e jeitinho pra entrar em certas searas espinhosas, cuidado. Até porque quando você está com uma pessoa, você não está somente com ela, afinal ele tem um passado aí...então você tem que lidar com isso como se fosse algodão entre cristais, e sem derramar o caldo, não ser nem tão ao mar nem tão à terra, seja razoável.

Vou rezar por vocês dois.

>>16994

Ah não, querida, guarde tuas rezas e teu roleplay para você. Apesar da tua gramática ser tão bela, teu posicionamento é, além de vazio epistemologicamente, equivocado. Sou casada e feliz, conheço o amor como provavelmente poucas aqui conhecem. Ainda assim eu não vou dizer que minha interpretação de amor é a única possível, como você faz. Isso seria desespero da minha parte em uma tentativa de afirmar meu modo de ver o mundo como o único possível, não é mesmo? E essa afirmação do eu me é útil? Talvez seja, se eu não estiver de fato certa sobre o que penso: convencendo o outro que minha visão de mundo é viável, eu a torno viável para mim mesma. Isso explica teu desespero em se impor aqui, em falar de amores que ultrapassam aquilo que nos é, de fato, sensível. Atitude fofa, mas como eu disse, uma masturbação teórica.

Ah, não se esqueça, anã: nós temos uma norma culta, mas quem entra na internet, em um fórum anônimo, e coloca tanto esforço para escrever uma resposta frívola, porém bem escrita, incorre justamente no mais banal dos pecados: o de colocar a forma a frente do conteúdo. 3 horas para escrever 4 respostas. dispêndio imenso de tempo e energia que você poderia gastar para, por exemplo, estudar, afinal quem gasta 3 horas durante a madrugada em um fórum anônimo dificilmente está com a carreira em dia.

>>16996

Você realmente rezou por eles depois desse post?

>>16995

>>16996

Obrigada, de coração, pela análise, anã. Passei o dia me questionando sobre suas colocações e ponderando sobre meu sentimento.

Cheguei a conversar com a minha mãe sobre tudo isso, até falei sobre tentar contactá-lo, mas ela crê que "se for do nosso destino ficar juntos, saberemos quando for a hora de reatar".

O triste dessa história toda é que sou muito ansiosa e não ter uma resposta dentro de mim me aflige demais. Também acho que esperar por um movimento dele seja em vão porque é muito orgulhoso, dificilmente viria até a mim, nem que fosse para conversar sobre algo que tenha esquecido na casa dele.

De qualquer forma, estou cogitando procurar algum tratamento, seja TCC ou psicanálise para trabalhar melhor esta e outras questões que tenho em mim.

Mais uma vez, obrigada pelas palavras.

>>17005

Espero que sim.

>>17005

Rezei e tive até retorno das minhas orações e preces que a menina ficou melhor ou pelo menos passou menos desgastes de ansiedades e apuros por ter recebido elas.

>>17008

Você é de um dos signos de fogo, por acaso?

Palavra de mãe é no geral um santo remédio. Dê tempo ao tempo, o tempo é o melhor remédio e o denominador que te trará mais elementos de uma melhor resolução que você irá tomar, dentro do teu jeito de ser e ver as coisas, com os teus critérios. Mãe é bom e ajuda demais, pai também, mas só você quem viveu o que viveu vai ser capaz de tomar uma determinação em algum sentido.

>ela crê que "se for do nosso destino ficar juntos, saberemos quando for a hora de reatar".

Isso foi sábio, pode ser uma verdade futura sim.

Daí o tempo não passará, e tanto ele deixará viva a memória resistente de ti e do tempo que estavam juntos, quanto que você. Amor de verdade é resiliente e passa por esses tempos de teste. Realmente se for do desígnio divino que vocês fiquem juntos, ficaram. Você já escutou certamente que Deus escreve certo por linhas tortas, não é?

Por isso que eu disse de dar tempo ao tempo, porque vai que o tempo de Deus não seja um tiquinho diferente do tempo cronológico teu e dele, não é?

Deixa as coisas se assentaram, sedimentarem. Abaixar a poeira, como dizem os populares.

Ninguém consegue enxergar perfeitamente com poeiras e pós pelos ares.

>O triste dessa história toda é que sou muito ansiosa e não ter uma resposta dentro de mim me aflige demais.

Você tem que confiar, ter paciência e esperança, e tudo isso é uma dinâmica de exercício de fé. Eu também já fui mais ou menos assim, ansiosa, só que eu me entreguei de vez às predestinações de Deus Pai, afinal Ele é Pai, não padrasto, não é?

No meu caso, a fé me deu muita mansidão, talvez também te faça bem.

>acho que esperar por um movimento dele seja em vão porque é muito orgulhoso

Posso te falar uma coisa, com licença?

Acho que pra Deus, esse rapaz possa ser tocado ao coração por algum tipo de inspiração divina e isso aí que você disse de orgulho dele se desmanche todo...

> nem que fosse para conversar sobre algo que tenha esquecido na casa dele.

E você não acha que ele possa estar também sofrendo lá na dele com os botões dele?

Sabe o que ficou lá na casa dele com ele e que não foi esquecido? Você. Acho que se o que vocês tiveram tenha sido realmente e profundamente especial, ele não se fará de rogado. Também algo dele que ficou contigo e em ti na sua morada, tanto física quanto a do coração, que é ele. Ele não morreu, e pelo visto o que vocês tinham ainda não acabou ou não chegou a hora de acabar...

Não teria um meio de alguém próximo de vocês dois arranjaram essa aproximação pra vocês porem as ideias e conversas em dia e acertarem esses ponteiros dos dois? Cunhado/a talvez...um/a que seja mais favorável à união dos dois, padrinho ou madrinha que possa ajudar a re-unir essas pontas.

> estou cogitando procurar algum tratamento, seja TCC ou psicanálise para trabalhar melhor esta e outras questões que tenho em mim

Isso é uma coisa boa que você está projetando se premiar, isso sim é mais resolutivo como um auxílio pra hoje que você pode se presentear-te, e claro, também irá se sentires mais em paz e esclarecida consigo mesma. Mais descançada e aliviada, e conforme com teus anseios, melhores organizados, cadenciados e regrados.

>Espero que sim.

Você sente que sim. ;)

Quando a gente reza por alguém que precisa e merece, mesmo que a gente não fale nada pr'aquela pessoa, a pessoa, por Deus, recebe aqueles bons votos e preces, o coração fica aquiescido, acedido.

Sim e conclui que não.