/magali/ - Magalichan III

Entendo sua dor, o pior é que comigo é quase todo dia. Estou parasitando em casa, lendo mangás por pelo menos 6 horas direto, jogando visual novels com meninos bonitos para suprir minhas necessidades emocionais e comendo porcaria.

Quando percebo minha situação, entro em desespero, começo a chorar e absurdamente triste por saber que serei uma ferrada e que nunca conseguirá soltar esses sentimentos pra ninguém, nem mesmo meus familiares.

Após toda a distração, fica evidente que não tenho nada e isso me leva cada vez mais ao limbo. Tento estudar, mas não consigo ou simplesmente não rende. Chega a madrugada, ouço músicas já ciente da solidão, então começo a assistir desenhos e acaba atiçando mais ainda minha tristeza por causa desses personagens cheio de amiguinhos e alguém para dar força a eles.

Só estou no aguardo pela bala perdida perfurando meu crânio.

https://youtu.be/G-Vg2YS-sFE

É música de joguinho, mas gosto muito.

>>14695

É quase 100% de certeza que você está com depressão, procure ajuda.

Também tenho 20 anos e passo pela mesma situação, mudando o fato que estou na faculdade. Sempre fui sadgirl normalmente, mas no início desse ano terminei um namoro de uns 3 anos, que foi o início da descida até o fundo do poço real.

Tudo é muito sutil. Pouco a pouco as coisas vão acontecendo e você acaba não dando muita importância, crê que é só uma fase que irá passar. Você começa desmarcando os rolês sou normalfag porque tá triste demais pra sair e só quer ficar em casa vendo anime, aí a falta de compromisso se alastra para outras coisas, como faculdade e trabalho, que passam a não ter mais tanta importância assim. Parei de frequentar as aulas, minhas notas caíram muito, não lembro de ter aprendido nada de significante desde o semestre anterior.

Nesse ponto, eu só saía de casa pra cumprir obrigações básicas como levar o lixo e ir ao mercado e, eventualmente, visitar meus pais. Parei de responder meus amigos nas redes sociais - eu achava inútil, eles não me entendiam, aquele contato era superficial e descartável. Parei de ter cuidados básicos comigo mesma - passava dias sem comer ou comendo só porcarias, dias sem tomar banho, dias sem escovar os dentes. Quando eu menstruava, por vezes nem me incomodava em colocar um absorvente.

Literalmente troquei a noite pelo dia, indo dormir quando amanhecia e acordando tarde da noite - cheguei a esquecer de como era o aspecto das coisas ao meu redor sob a luz do dia. Eu nem sequer mais sentir prazer com coisas que eu amava, como assistir animes, ficar na internet, ver filmes. Nada mais importava, nada mais me interessava. Passava dias seguidos sem conseguir levantar da cama, dormindo e acordando indefinidamente. Eu não tinha forças.

Foi aqui que, creio, atingi o fundo do poço. Comecei a ter consequências físicas como perda de memória e uma impossibilidade TOTAL de concentração ou foco em qualquer coisa. Passava horas e horas deitada na cama com a cabe,a divagando sobre milhares de coisas desconexas e sem sentido algum. A gota d'água disso tudo foi um dia em que eu simplesmente não conseguia lembrar o nome da minha mãe e liguei pra ela chorando, porque até então, quando meus pais me ligavam - os únicos minutos em que eu tinha contato com outro ser humano - eu mentia que estava tudo bem.

Fiquei pouco mais de uma semana internada no hospital, pois estava muito debilitada. Perdi muito peso, perdi cabelo, tive cáries nos dentes, todas as coisas do sangue, como colesterol e hormônios, alterados. Iniciei minha recuperação há cerca de 3 meses e, só agora, é que estou conseguindo retomar minha vida aos pouquinhos.

É bem clichê, mas olhando pra trás, me sinto uma vencedora, bem no estilo daquelas histórias de superação. Sinto literalmente como se eu tivesse morrido, passado um tempo no inferno e voltado. É muito absurda a maneira como eu fiz tão mal a mim mesma, como eu não me dava valor nenhum. Só não me matei porque eu não tinha forças nem pra isso.

Nunca desistam de si mesmas, gurias. <3

>>14724

Puxa, anã... senti com seu relato. Será vou pro mesmo caminho...? Do jeito que esses sentimentos horrendos crescem, temo chegar cada vez mais perto disso. Ao mesmo tempo, fico em dúvida se tenho depressão, pois as vezes depois de mais ou menos uma semana eu fico "motivada", cansada de fazer nada, só que no dia seguinte tô na desgraça novamente. Tanto é que ontem mesmo me cortei, hue. Dá um senhorita alívio.

Moro com meus pais, creio que não suspeitam nem um pouco da situação. Sinceramente, não quero nem que saibam, já tem uma pessoa da família que tem problemas psicológicos e de jeito nenhum quero ser tratada de forma diferenciada, ser comparada com esse familiar, que coloquem tudo na conta do meu problema, sabe?

Prefiro que... não saibam. Dói demais arcar sozinha, mas se alguém mais souber será desconfortável. Talvez como tempo passe...

>>14727

Tenho certeza de que o gatilho pra isso tudo foi o vestibular. Quando mais jovem já era bem pessimista, depois de começar o cursinho e a pressão pra passar, os estudos super intensos seguidos de fracasso um atrás do outro, desabei. Agora estou aqui, literalmente chorando por lembrar de tudo e sem rumo . Daqui a pouco só falta ser chutada pra fora de casa, aposto. Peso morto é uma merda.

OP aqui, ouvindo o novo álbum do Yung Lean depois de ter visto o último ep de Banana Fish. Meu humor está bem melhor que semana passada, o que é totalmente normal já que cuidei da minha saúde essa semana e o trabalho ter aliviado, mesmo a faculdade estando uma bosta.

Also, que música boa: https://www.youtube.com/watch?v=8YOc-jftIz4

>>14695

Eu entendo o que você quer dizer, já usei muita coisa de mecanismo pra "solidão", quando fazia isso, creio que mesmo tendo pessoas que me amam ao meu redor me sentia cada vez mais sozinha. É inevitável quando você fica depressiva, eu usava principalmente kpop e fanfics pra fugir do mundo, criando quase que uma segunda personalidade. Foram tempos difíceis mas com a ajuda do meu namorado consegui superar. Eu espero que você tenha algum familiar/amigo ou amiga pra te ajudar. Eu te digo: isso não faz bem. Quando você começa a usar personagens pra suprir algo em você é a hora de buscar ajuda. Se precisar de alguém pra conversar serei sua amiga.

>>14724

Caramba, anã, que história. Me identifiquei com muita coisa que você relatou. Eu demorei pra começar a cuidar de mim, ainda me odeio mas trabalho todo dia pra mudar isso, e cada dia que você se odeia um pouquinho menos é um caminho para o amor próprio!

>>14734

>>14733

Eu odeio minha faculdade e queria tacar fogo lá, sempre fico triste quando minha amiga que nem estuda tira notas maiores que as minhas. To correndo risco de ficar em dependência e provavelmente vou pra exame, já que sei que não vou ser capaz de tirar a nota máxima na prova, que é o que eu preciso.

Eu estava bem sem remédios até, de uns 2 meses pra cá piorei de novo. Tive que largar meu emprego depois de uma crise fodida que tive mês passado, justo agora que minha família está passando por uma crise financeira. Voltarei ao psiquiatra pra ver se consigo um laudo pra tentar receber auxílio-doença. Já tentei me matar 2 vezes em menos de um ano.

Depressão é uma merda, anãs. Como eu queria ser uma felizarda que consegue passar por tudo com um sorriso no rosto, igual meus pais.

>>14740

Sou a anã do auxílio-doença. Posso dar mandiocas se me contar um pouco mais do seu caso e histórico. Coisas como como proceder na perícia e para saber se o seu pedido vai ser deferido.

Apenas tome o cuidado de não quebrar o anonimato por causa da véia.

>>14803

Devidamente checado.

>>14802

Dicas são mais que bem vindas, anã. Qualquer coisa mesmo iria me ajudar.

>depressão moderada desde os 16, piorou a partir dos 19

>2 tentativas de suicídio, uma final de 2017 outra final do mês passado

>tomei zoloft e carbolítio por 1 ano e meio mais ou menos, de 2016 a 2017, parei de vez no início desse ano e estou sem medicamentos desde então

Eu sei que o psiquiatra terá um pouco do meu histórico pois já fui na clínica dele, mas era com outro doutor.

Como falo com ele que quero esse laudo pra tentar o auxílio? Como será na perícia? Agradeço desde já, de verdade.

Minha querida véia, seria possível liberar o uso de tripcode nesta thread? Tenho problemas com a minha internet, que reinicia frequentemente. Pelo meu caso ser bem específico, pode aparecer algum idiota tentando se passar por mim e eu gostaria de auxiliar a sis da melhor maneira que estiver ao meu alcance.

>>14807

Começo reforçando algo importante. É necessário estar em atividade na carteira de trabalho. Uma vez que você não está trabalhando, se realmente estiver disposta a tentar o pedido, sugiro que arrume um subemprego assim que puder.

O que te levou a parar com o tratamento? Isso pode contar pontos negativos ou positivos, dependendo da interpretação do médico.

Sertralina e lítio, falando sem máscaras, são medicamentos mais leves. Você acha que eles tiveram um efeito bom em você? Como está hoje sem eles? Se sentiu diferença, mas eles tiveram pouco efeito, é sinal de que precisa de medicamentos mais potentes, o que pode ser positivo.

>Como falo com ele que quero esse laudo pra tentar o auxílio

Em meu caso, meu médico me afastou sem eu pedir. Estava faltando no serviço há um mês esse tempo todo internada na clínica ou de cama, chapada de alprazolam ou apenas desejando a morte.

>Como será na perícia?

A perícia é até simples. Você vai ter agendado uma data para ir até lá com um laudo prescrito pelo seu médico psiquiatra e/ou psicólogo, onde conterá um breve histórico de seu tratamento até então e os seus CIDs. Vão fazer algumas perguntas, examinar os papeis, lhe dar uma folha com o número do seu pedido e fazer você aguardar 24h por uma resposta, que poderá ser vista pela internet mesmo ou, caso tenha o mesmo azar que eu (problemas no sistema deles), precisará comparecer até a unidade do INSS para verificar o resultado.

Estarei online pelas próximas horas, então sinta-se livre para questionar e acrescentar.

>>14810

>É necessário estar em atividade na carteira de trabalho. Uma vez que você não está trabalhando, se realmente estiver disposta a tentar o pedido, sugiro que arrume um subemprego assim que puder.

Fode não. Eu quase que literalmente saí correndo do meu antigo, e eu nem era registrada porque só estava dando uma força até acharem uma funcionária nova, devo ter ficado lá uns 7 meses. Já trabalhei 3 anos registrada, será que ajuda em algo?

>O que te levou a parar com o tratamento?

Minha rotina era a pior possível no final de 2017, não comia certo, não dormia certo, e não tomava mais os remédios certo, daí parei de vez. Esqueci de mencionar, depois de eu ter tentado me matar ano passado, até tentaram me introduzir um remédio novo que me esqueci o nome agora se eu me lembrar eu posto de novo mas era 90 contos a caixa e esse preço é absurdo pra mim, e ele não tem genérico, foi daí que dropei de vez os remédios. Devo ter comprado umas duas caixas e parado.

>Você acha que eles tiveram um efeito bom em você?

Eu diria que eles me botaram nos eixos um pouco, principalmente no final de 2016 pro início de 2017 eu estava me sentindo bem e até caí na pescaria de entrar na faculdade, mas fiz 1 ano e saí por causa dessas merdas que aconteceram. Mas acho que o que me ajudou na época também foi que eu estava com grana sobrando e me deixava mais um pouco feliz.

>Como está hoje sem eles?

Depois da minha primeira tentativa, fui me recuperando aos poucos e, como eu disse alguns posts acima, eu até estava bem sem remédio nenhum minha mãe na verdade me fez tomar homeopatia/floral mas eu nunca acreditei nessas coisas tanto que até voltei a trabalhar, mas fui piorando novamente até eu desmoronar de vez mês passado.

>Em meu caso, meu médico me afastou sem eu pedir

Provavelmente teriam feito o mesmo comigo se minhas idas ao psiquiatra fossem mais frequentes.

Obrigada pelas dicas, anã. Se lembrar de algo mais, sinta-se livre pra postar.

>>14811

>Como é a sua alimentação?

Normal. Pão de manhã, arroz e feijão no almoço, às vezes como um doce ou peço delivery. Só abuso de porcarias um pouco quando me sinto mais estressada, mas nada fora do normal.

>Sua vida diária? Qual a sua rotina? Sedentária?

Vou na academia às segundas, quartas e sextas. Parei por duas semanas pra me acalmar depois da minha tentativa mês passado, cheguei a engordar um pouco por causa da comida da minha avó, mas já voltei se não minha família fica enchendo o saco. Sempre me considerei do tipo depressiva funcional porque apesar de tudo eu tento fazer as coisas, mas é mais pra manter as aparências mesmo.

>Dorme só de dia?

De noite mesmo, mas sempre depois das 1 ou 2 da manhã agora que não tenho mais emprego, geralmente acordo entre 9 e 10 da manhã. Mas tiro longas sonecas de dia também, não nego.

>Toma água?

Sim, mas tem dia que eu tomo 100ml e tem dia que eu tomo 2L, depende se eu me lembrar ou até do meu humor. Uma péssima rotina pra quem já sofreu com pedra nos rins e infecção urinária, hue.

>>14818

Muito agradecida.

>>14816

Trabalhava com o quê? O tipo de emprego pode ajudar a te dar um laudo favorável. Coisas como atendente de telemarketing ou até mesmo de loja são de prache, já que boa parte das pessoas que trabalham com isso acabam com problemas psicológicos.

Sobre ter a carteira assinada anteriormente, acredito que não fará diferença para o médico, mas pode fazer para o INSS, já que levam em consideração seus últimos 12 vencimentos para calcular o benefício.

Sobre este remédio novo, sugiro que pesquise os benefícios que o governo do seu estado fornece a pacientes de doenças crônicas. Onde moro, apesar de não ter nenhum medicamento que precise comprar (já que tiro tudo pela rede pública), caso um dia eu necessite, posso entrar com uma solicitação em um programa do governo que me dá o remédio de graça.

Faculdade é pescaria a menos que esteja muito disposta a fazer pelo conhecimento/dinheiro ou por realmente gostar dos estudos. Já abandonei uma faculdade e pretendo começar outra que eu realmente gosto se minha mente ficar estável.

Essas foram as primeiras vezes que tentou churrasco? Naturalmente, quanto mais, "melhor", pois mostra sua instabilidade.

A maior dica que posso dar é retomar o tratamento assim que possível. A realidade é que, sem um médico, nada poderá ser feito para te ajudar.

Como sua família lida com isso? Eu não tenho uma, então, pessoalmente, fico com o cu na mão de perder meu auxílio e ter que voltar a trabalhar nas condições que estou agora.

Já te deram algum diagnóstico durante seu período de tratamento anterior? Ele, junto do seu histórico e situação atual, são os fatores fundamentais que vão dizer se terá ou não o benefício e por quanto tempo ele será.

>>14821

Obrigada pelas dicas, anã. Minha terapeuta me disse pra tentar me voluntariar em algo ou pegar algum curso que eu goste, pra me estimular a sair de casa e tentar mais contato com as outras pessoas.

>>14822

>Trabalhava com o quê?

Escritório. Meu emprego anterior também era isso.

O que me fez perder a cabeça nesse último foram os constantes ataques de ansiedade que eu tinha só de ver meus chefes. Só tinha eu de funcionária lá, então os pepinos vinham todos pra mim.

>Essas foram as primeiras vezes que tentou churrasco?

Fiz uns testes com monóxido de carbono no início da minha depressão mas na época não tinha forças de verdade pra me matar, tentativas verdadeiras foram só essas duas mesmo.

>Como sua família lida com isso?

Como não tem casos de depressão na minha família, eles não tem ideia de como lidar, sempre foi um grande tabu por aqui. Meu pai é do tipo que fala "já tentou não ficar triste?" achando que é só uma tristeza passageira na minha vida, ele não lida como doença. Minha mãe me apoia mais e me estimula a ir à terapia e ao médico, mas dá pra ver que ela não gosta de falar sobre isso mas ainda é um assunto muito delicado pra ela, eu também não consigo falar com ela direito. Ela sabe que tentei churrasco obviamente, mas nunca trocamos uma palavra sobre o assunto.

Às vezes acho que se eu tivesse câncer seria mais fácil de conversar com minha família sobre.

>Já te deram algum diagnóstico durante seu período de tratamento anterior?

Sim, tanto que consegui um atestado pra me afastar da faculdade antes de dropar de vez. No início eu pretendia só trancar.

>>14824

Tentarei dar uma de psiquiatriawhore agora.

>No início eu pretendia só trancar.

Chegaram a colocar algum CID no seu atestado? Ainda tem a cópia dele? Dá para verificar a gravidade de seu estado a partir disso.

Como eram os ataques de ansiedade que você tinha? Qual era o sentimento? Tinha impulsos de fazer alguma coisa nessas horas?

>mas na época não tinha forças de verdade pra me matar, tentativas verdadeiras foram só essas duas mesmo.

Conheço o sentimento. A vez em que eu mais estava disposta a morrer foi a partir de hemorragia, mas parei quando a dor ficou muito forte. O CO parece ser bem tranquilo, apesar de outros gases enganarem o instinto de sobrevivência melhor. Que métodos você usou nas últimas vezes?

>família

Eu vou sugerir algo que pode lhe parecer bastante infantil, mas que funciona bem: quando estiver firme com seus médicos novamente, peça a sua mãe - que pelo seu relato, aparenta ser mais mente aberta - para conversar com eles sobre a sua situação. O médico sabe descrever muito melhor o que você está sentindo de uma forma que uma pessoa normal entenda. Vejo familiares de outros pacientes sendo aconselhados com frequência e é uma abordagem bem específica que usam para normalfag entender.

Com o tempo, você pode fazer o mesmo com seu pai ou pedir a sua mãe que explique tudo a ele. Se eles forem do tipo que se entendem bem, a compreensão vai ser mais fácil do que com uma pessoa de fora. Caminhoneiro é bicho teimoso quando se trata de saúde, então a voz da esposa será mais forte que a de um médico "de fora".

Empregos de escritório onde metem pressão em você são uma merda. Até um callcenter pode ser menos cansativo, já que sua única função é ouvir o pedido de alguém ignorante, atender ele e repetir isso por seis horas. Tudo que precisa fazer é ter simpatia na voz e mutar o fone quando quiser externizar sua raiva.

>>14821

As dicas da anã são válidas. Beber água é bom e cuidar da alimentação também. Vale para qualquer pessoa.

Em meu caso, que é de distimia com esquizofrenia, o máximo que posso fazer é me forçar a executar atividades que preciso fazer sem ter vontade, já que ela apenas não vem e eu não consigo enjoar nada que faço. É algo que não desejo a ninguém.

Para fechar o pacote, meu corpo não é saudável, então não posso me exercitar muito, ainda que gere endorfina no processo, as dores e o cansaço acabam me fazendo mais mal do que bem.

>>14834

>Chegaram a colocar algum CID no seu atestado? Ainda tem a cópia dele?

Sim, foi o F32.2 (episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos). Ainda tenho cópia, assinado pela terapeuta, tudo certinho.

>Como eram os ataques de ansiedade que você tinha? Qual era o sentimento? Tinha impulsos de fazer alguma coisa nessas horas?

Eu sentia um desconforto terrível sem motivo, sentia que tinha que sair dali o mais rápido possível e eu ficava contando os segundos pra ir embora. Se falassem comigo, pior ainda. Várias vezes engoli o choro e vômito na frente deles. Eu só não saí de lá antes porque eu ficava pensando "aguenta, tudo vai acabar quando você morrer".

>Que métodos você usou nas últimas vezes?

Remédios na primeira vez e enforcamento na segunda.

Na primeira não deu certo porque eu vomitei e acho que deveria ter misturado com outras coisas também. Foram quase duas cartelas de Zolpidem, mas eu comecei a delirar duramente e em vez de ir me deitar e tentar morrer em paz ou engasgar no meu próprio vômito, fiquei tentando usar o computador e escutar música que nem uma imbecil.

Na segunda, tentei no banheiro do meu serviço. Tinha até chegado mais cedo pra me preparar mas o otário do meu chefe chegou mais de uma hora adiantado do horário normal dele, bem quando eu tentava desmaiar com a corda no pescoço, daí eu acabei desistindo. Desde desse dia, nunca mais voltei lá. Fiquei com uma marca vermelha dolorida por uns 5 dias.

>peça a sua mãe - que pelo seu relato, aparenta ser mais mente aberta - para conversar com eles sobre a sua situação

Na verdade não é infantil, é algo que eu devia ter pedido faz tempo, desde a época que eu comecei a ficar assim.

Obrigada pela força, anã.

>>14851

>F32.2

Que coincidência. Meu primeiro diagnóstico - o que me afastou do trabalho - apontou F32.3.

Sugiro guardar todos esses papeis referentes ao seu tratamento, inclusive as receitas de medicamentos. Podem ser importantes no futuro.

>o sentimento

Eu não tenho exatamente um problema com as pessoas, apesar de não gostar de contato social. Eu sentia impulsos de praticar auto-flagelo enquanto estava no trabalho e tinha ataques de ansiedade também. Nessa época, tomava ansiolíticos durante o dia, coisa que é raramente recomendada, tamanha a ansiedade que eu estava sentindo no ambiente. Na real, isso acontece comigo o tempo todo, então eu passo a vida com remédios no corpo para me conter.

Churrasco com remédios aparenta ser mais seguro que enforcamento. O problema é achar a combinação certa de remédios que te leve embora. Em todo caso, se acharem você pouco depois de se enforcar, podem te salvar e você se recuperar em um estado de batata, já que o cérebro mata os neurônios conforme ocorre a falta de oxigenação. Isso só funciona se você tiver a certeza de que não será pega.

A coisa boa de tentar com remédios é que você costuma ter umas viagens muito malucas, como você mesmo citou o caso de alucinar. Tentei me matar duas vezes com remédios e descobri nessa brincadeira que dramin é usado também para fins recreativos em overdose.

Feliz ou infelizmente, os métodos mais eficientes de churrasco são bastante destrutivos. agonizantes ou de difícil acesso.

Questionaram muito a você sobre a marca no pescoço? Foi um inferno ter que explicar os cortes em meus braços para colegas de trabalho. Fui trabalhar de mangas longas no calor do verão por cerca de duas semanas, que foi o tempo de tirar os pontos feitos nos cortes. Até hoje olho para as cicatrizes e me sinto estranha, pois foi um surto. Eu acho que não estava totalmente consciente quando me cortei.

>é algo que eu devia ter pedido faz tempo

Faça quando for possível. Ter a compreensão das pessoas ao seu redor é funcamental para melhorar.

Disponha, sis.